terça-feira, 12 de março de 2013

MÚSICOS SERTANEJOS RECORREM A AJUDA DE PSICLÓGICAS PARA MANTER DUPLAS

Paula Fernandes, Marrone, Victor Chaves, Luciano, Edson e Hudson são algumas das estrelas sertanejas que tiveram que dar uma pausa na carreira para ter acompanhamento psicológico. Luciano, após uma briga com o irmão Zezé, afirmou ter recorrido a tranquilizantes.

É hora de o sertanejo sentar no divã e tentar entender o que está acontecendo com seus protagonistas? "Sim, acredito muito que está na hora de revermos valores e entendermos onde está o erro", responde Edson, que acaba de reatar a parceria com o irmão Hudson.

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Há duas semanas, apresentaram-se pela primeira vez juntos desde 2009. Eles se afastaram por problemas de relacionamento, agravados por alcoolismo e depressão. Pouco antes de brigarem, os dois irmãos chegavam a fazer 58 shows em 60 dias.

Para a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e de casal pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ter cantores falando abertamente sobre a depressão ajuda a tirar o preconceito sobre a terapia. "A carreira atrapalha a vida pessoal. Você fica em função de shows, das viagens. Tem gente que não aguenta não só fisicamente, mas emocionalmente", diz Marina. "É difícil lidar com a falta de privacidade e de rotina. Chega uma hora em que cansa e quer ser anônimo. Mas é um caminho sem volta. Lidar com fama não é fácil. O dinheiro pode atrapalhar a vida."
As duplas Edson & Hudson e Bruno & Marrone: separações por conta de problemas pessoais (Foto: Divulgação)As duplas sertanejas Edson & Hudson e Bruno & Marrone: separações por conta de problemas pessoais (Foto: Divulgação)
"Foi criada uma imagem de que o sertanejo é caipira, de que só faz coisa boa. Não é assim. Todos cometem erros e têm problemas. Chegou uma geração mais ousada, que é mais ativa. Mais coisas acontecem mesmo"
Rick, ex-parceiro de Renner

"Não pode haver o exagero, porque senão o desgaste vem mesmo. Hoje priorizamos também nossa saúde mental", conta Edson. "Poderíamos não ter nos cobrado tanto, poderíamos ter nos preparado melhor, inclusive com terapia. Hoje temos acompanhamento psicológico. Nunca demos importância para isso, mas vejo o quanto é fundamental a terapia na vida do artista. Percebemos a depressão quando nos sentimos totalmente perdidos e sozinhos, ainda que com mil pessoas nos rodeando, mas graças a Deus estamos curados", comemora Edson, que também diz ter parado de beber.

"Por estarem cada vez mais em evidência, [os problemas] acabam aparecendo mais. Isso mostra como isso pode acontecer com qualquer pessoa", diz Margareth dos Reis, terapeuta sexual e de casais do Instituto H. Ellis e doutora em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).



Segundo ela, a depressão se carateriza por sentimentos prolongados de desânimo e altera a disposição. A causa é desconhecida, mas o que se sabe é que o estado depressivo é causado por um desequilíbro bioquímico. Ela se manifesta em momentos de irritabilidade, alteração no sono, falta de interesse nas atividades e dores no corpo. Além de Edson, Paula Fernandes já declarou publicamente ter sofrido deste mal. Victor Chaves também ficou um ano em tratamento pelo mesmo motivo. "Pode afetar a pessoa durante 24 horas por dia", explica Margareth. "A fama pode levar a uma exposição que interfere na rotina. Dependendo de como a pessoa reage com situações novas e estressantes, há potencial para gerar a depressão."

Crises após duas décadas e meia
Juntos há 25 anos, Bruno e Marrone anunciaram uma separação temporária em setembro. Em maio, Marrone sofreu acidente de helicóptero. Bruno continua a fazer shows. Marrone segue com tratamento psicológico para se livrar do trauma do acidente.

A "sociedade" entre Rick & Renner, como gosta de dizer Rick, também durou 25 anos. Em dezembro de 2010, eles anunciaram o fim da dupla. Em 2001, Renner bateu sua BMW em uma moto e duas pessoas morreram. "Éramos dois profissionais diferentes um do outro. Ficava difícil explicar para as pessoas por que ele chegava atrasado. Perguntam 'por que ele não está aqui?' e se responde, parece que está detonando o amigo", recorda Rick.

Para o cantor, em carreira solo, "a mídia inventou que todo sertanejo era bom moço". "Foi criada uma imagem de que o sertanejo é caipira, de que só faz coisa boa. Não é assim. Todos cometem erros e têm problemas. Chegou uma geração mais ousada, que é mais ativa. Mais coisas acontecem mesmo", relativiza o cantor, ao ser perguntado sobre manchetes que ligam cantores do gênero a problemas como alcoolismo e depressão. "Paula Fernandes e Gusttavo Lima têm que aproveitar o 'boom' para se firmar. Você fica deslumbrado, tudo é lindo", recorda, antes de acrescentar que fez 25 shows por mês no auge com Renner.

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